Biografia

JOAQUIM BASTOS GONÇALVES

       Bacharel em direito, nasceu no Icó, a  de setembro de 1895. Filho de Vicente Gonçalves de Paula, falecido a  de março de 1898, com 29 anos de idade, e de Dona Fideralina Bastos de Paula, falecida com 25 anos de idade, a 8 de junho de 1897.
      Órfão aos 2 anos, foi criado por seus tios Cel. Tibúrcio Gonçalves de Paula e de Dona Aquilina Elisa Gomes da Silva, que lhe ministraram os cuidados da infância e providenciaram sua educação.
     Fez os estudos primários no colégio Colombo, em Fortaleza, dirigido pelo Dr. Francisco Gonçalves, e no Ginásio em Guaramiranga. Em 1911, matriculou-se no antigo Liceu Cearense, no qual terminou os preparatórios, ingressando em 1915, na Faculdade de Direito do Ceará, pela qual recebeu o Grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais a 8 de dezembro de 1919. Como acadêmico exercia o cargo de amanuense da assembleia Legislativa, o que lhe permitia meios materiais para a manutenção dos estudos, para o qual sempre teve, desde criança, natural inclinação.
      Uma vez formado, teve nomeação de Fiscal Geral do Recenseamento, em 1922, no norte do Estado, recebendo do Ministério da Agricultura uma medalha de bronze em recompensa pelos serviços prestados nessas funções. Terminado o Recenseamento, foi nomeado Promotor de Justiça da Comarca de Barbalha (1921), sendo juiz de Direito o Dr Faustino de Albuquerque e Souza, a quem acompanhou no mesmo cargo, quando em 1922 foi removido para a Comarca de Camocim, então restaurada. Ainda em 1922 foi nomeado Juiz Municipal de Tianguá, mas sendo posto sem efeito o ato, nomeou-o o Governo para o termo de Independência, de onde foi transferido, em 1923, para o de Ipueiras, pedindo demissão de Juiz Municipal em 1925, para se dedicar à advocacia, que além de ter mais vasto campo de ação, oferecia melhores vantagens que a Magistratura.
     Eleito, em 1928, como candidato único para o cargo de Prefeito Municipal de São Benedito, o foi igualmente, Deputado à Assembleia, para a legislatura de 1929-1932, ocupando o lugar de 2º vice-presidente. E dissolvida pelo Golpe de Estado de 1930, voltou ao exercício da advocacia, até 1935, quando novamente, voltou a ter assento na Assembleia (constituinte), nela exercendo o cargo de 1º Secretário. Extinta também essa pelo  Golpe de Estado de 1937, foi em seguida nomeado Diretor e depois Delegado do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, com jurisdição nos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão, funções que deixou por haver sido nomeado Juiz do Tribunal Regional Eleitoral, do qual solicitou dispensa em outubro de 1945, para disputar uma cadeira de Deputado Estadual.
      Adiadas, porém, as eleições estaduais, foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas do Estado, empossando-se a 23 de fevereiro de 1946.
     Eleito Deputado constituinte em 1947, exerceu a Presidência da Assembleia Estadual Constituinte, assumindo nesse caráter o Governo do Estado, no qual permaneceu durante a ausência do Governador Faustino de Aubuquerque e Souza, que viajara para o Rio de Janeiro, de 19 de março a 11 de abril.
   Nesse período ocorre lembrar uma coincidência que não deixa de ser interessante, do ponto de vista histórico: como o Dr. Joaquim Bastos Gonçalves, o seu tio e pai de criação Cel. Tibúrcio Gonçalves de Paula, exercendo as mesmas funções de Deputado, (e vice-presidente do estado) assumiu o Governo do Estado em 1918, no mesmo mês de março (dia 10), na ausência do Presidente do Estado Comendador Antonio Pinto Nogueira Avioli.
O Dr. Joquim Bastos Gonçalves casou-se em São Benedito, a 28 de agosto de 1920, com Dona Maria Alice de Paula Bastos, sua prima legítima, filha do Cel. Antonio Coelho de Paula e Dona Alice Barreto de Paula, havendo do matrimônio os seguintes filhos: Egmont Bastos Gonçalves, Militar da Reserva; Bolívar Bastos  Gonçalves, médico; Maria Hebe; Evandro Bastos Gonçalves, Func. BNB Aposentado, Raimunda Ilca; Antonio Bastos Gonçalves, Militar da Reserva, Ivone Bastos; Maria Léa e Alice Bastos. Permaneceu como presidente da Assembleia nos anos de 1948 e 1949.
    Candidatou-se a deputado federal nas eleições de 1950, ficou como 1º suplente, tendo assumido o mandato de deputado federal em 1951.
Durante o Governo de Raul Barbosa, foi nomeado Secretário de Estado dos Negócios do Interior e Justiça, tendo ocupado interinamente os cargos de Secretário de Polícia e Segurança Pública por duas vezes, Secretário de Agricultura e Obras Públicas e Secretário da Fazenda.
      Afastou-se definitivamente da vida pública em 1955.
     Faleceu aos 63 anos de idade, no dia 12 de novembro de 1959 em Fortaleza.